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Num país sem atletas, como se criam campeões?
Published on August 6, 2021 by Rute Correia

Está cá fora mais um artigo sobre desporto e jogos olímpicos: Num país sem atletas, como se criam campeões?. Nesta reportagem, analisamos a prática desportiva em Portugal,  examinamos o investimento público por modalidade olímpica e mergulhamos nas expetativas desajustadas que habitam o espaço público, exigindo medalhas a quem quase nunca apoia devidamente.

Entrevistámos a campeã olímpica Fernanda Ribeiro (ouro nos 10000m, nos JO de Atlanta, em 1996), o historiador do desporto Francisco Pinheiro (Universidade de Coimbra) e João Cardoso, presidente da Juventude Operária do Monte Abraão, clube com longa tradição na formação em atletismo e por onde passaram atletas como a recentemente medalhada Patrícia Mamona.

Conforme explicámos na newsletter anterior, este artigo partiu da ideia das probabilidades de uma pessoa portuguesa se sagrar campeã olímpica. Existem vários modelos probabilísticos que permitem prever o número de medalhas que cada país levará para casa. Além da história (sobretudo recente) de cada país numa determinada disciplina, bem como do percurso de cada atleta, fatores extraordinários como ser o país que recebe os jogos também podem ter um impacto significativo na contagem final.

Quando começámos a nossa pesquisa, deparámo-nos com uma informação chocante: mais de dois terços da população portuguesa afirma nunca praticar desporto. Esta revelação pareceu-nos mais importante do que relacionar investimento público com medalhas olímpicas. Afinal, as debilidades da estrutura que envolve o desporto no nosso país tem raízes muito mais fundas e preferimos trabalhar este ângulo.

O artigo acabou focado no atletismo, por ser a única modalidade em que Portugal conseguiu medalhas de ouro.

Gráficos, gráficos e mais gráficos


Ajustada a perspetiva, começámos a recolher os dados. Talvez pela primeira vez desde que começámos o Interruptor, esta parte não foi propriamente difícil, mas a abundância de dados trouxe outros problemas, nomeadamente escolher as visualizações mais relevantes (leia-se, escolher os gráficos).

Até à última hora, estávamos convencidos de que seria melhor mostrar o investimento por atleta em vez do investimento bruto por federação. Contudo, as declarações dos nossos entrevistados encaixavam melhor numa abordagem mais genérica e acabámos por deixar esta beleza de fora.
Após várias tentativas, também acabámos por deixar de lado outro gráfico, cujo objetivo era mostrar os melhores resultados de atletas portugueses ao longo de cerca de 40 anos de jogos olímpicos (segmentando por modalidade). Acontece que ser esteticamente apelativo não se traduzia necessariamente em legibilidade de informação. Atletas que tinham conseguido alcançar posições iguais na mesma edição dos JO acabavam sobrepostos e os nossos planos caíram por terra. Podes explorar a nossa melhor tentativa nesta ligação.

Esperamos que gostes desta nova leitura. 

Obrigada pelo teu apoio.

Até já, 
Rute