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O que fizemos durante 2023
Published on January 22, 2024 by Climáximo

Olá,
 
 O último ano passou a voar. Vimos agora reportar o que aconteceu, o que fizemos e próximos passos.
 
 Na última atualização, partilhámos convosco a Declaração de Emergência Climática com as medidas para o final de 2022 e o início de 2023.
 
 Iniciámos o ano de 2023 com o 8º Encontro Nacional pela Justiça Climática, em Coimbra, tal como com o desenvolvimento de várias atividades e ações nas 3 principais campanhas onde estamos envolvidas: campanha por Decrescimento da Aviação, campanha Gás é Andar para Trás e campanha Empregos para o Clima. Organizámos duas formações em ativismo climático tal como cerca de 5 atividades por semana desde de janeiro a maio, espalhadas pelo Porto, Lisboa, Coimbra e Sines.

Em fevereiro e março de 2023, apoiantes tornaram inviável andar de jato privado – máquinas e interior do aeródromo de Cascais pintados –, assinalaram os responsáveis pela crise climática e invadiram a central elétrica a gás no Porto, deixando uma mensagem clara: é preciso travar o crime de destruição climática. A campanha Empregos para o Clima criou 3 grupos de trabalho: Serviço público de energias renováveis; Transportes públicos e mobilidade; Por uma Transição Justa em Sines e o Alentejo Litoral. Lançaram o boletim Verde Justo em Sines e organizaram diversas atividades de formação e debates.



 Em Maio de 2023, parámos o funcionamento do Terminal de Gás, no Porto de Sines, bloqueando por terra e mar, e fechando o gasoduto, numa ação com mais de 200 pessoas. e parámos a festa no maior evento de venda de jatos privados da Europa.



Podes explorar os custos da plataforma de ação Parar o Gás, Aterra e Empregos para o Clima.

Ao longo do ano, estivemos presentes em dezenas de eventos, ações e conferências internacionais para dar sessões e formações, tal como para aprender mais sobre estratégia, táticas, crise climática e justiça global. Em Portugal, participámos em diversas manifestações das lutas sociais e ambientalistas e demonstrámos a nossa solidariedade com as pessoas afetadas pelas cheias no Paquistão e pelos os incêndios no Chile.

Chegámos ao verão de 2023, e a memória que fica connosco do ano que passou é a de catástrofes brutais e milhares de mortes que mesmo nós, no Climáximo, temos de nos esforçar para não tornar banais: a sentença – quer de prisão, quer de morte – de dezenas de companheiras nossas por todo o mundo que se insurgiram contra o genocídio e ecocídio do capitalismo; as notícias de que a barreira de 1.5ºC de aquecimento, pela qual milhões de pessoas lutaram, poderá ser ultrapassada em apenas alguns anos (e a probablilidade forte de que esta seja ultrapassada a nível anual já em 2024); e aquela que foi a semana mais quente de sempre, e que brevemente deixará de o ser. 

Tivemos de enfrentar a realidade: não estamos apenas numa emergência global, estamos em guerra, declarada unilateralmente pelos governos e as empresas. 

Foi tudo aquilo que nós, no Climáximo, fizemos e o que não fizemos para travar os culpados desta destruição que nos levou a perceber que já nada do que fizemos continua a fazer sentido. O que a emergência climática exigiu de nós em 2023 foi uma rutura completa com o que foi o Climáximo até hoje e uma transformação total de quem nós somos. 
 
Assim, no final de 2023 mudámos tudo. 

 
Pela primeira vez, compilámos o trabalho de pesquisa, debate e investigação dos últimos
8 anos num único Plano de Desarmamento e Plano de Paz. Agora estamos a rever e atualizar este plano e tu podes contribuir para isso! 

 Realizámos
21 ações, ao longo de 6 semanas, com centenas de pessoas envolvidas e dezenas de detenções. Agora dezenas de apoiantes enfrentam diversos casos em tribunal e multas elevadas, tal como a possibilidade de penas de prisão. Continuamos com coragem e determinação porque lutamos por tudo o que amamos e sabemos que as consequências de não agirmos agora são insuportáveis.

Durante este meses ainda lançámos um relatório que mostra como criar um Serviço Público de Energias Renováveis, organizámos a conferência Global Climate Jobs e o Encontro por Transição Justa em Sines com ativistas e sindicalistas locais, em conjunto com as restantes organizações e participantes da campanha Empregos para o Clima. 



E AGORA?


2024 será um ano de disputa política a nível nacional e internacional, com eleições em Portugal e na União Europeia, com a celebração dos 50 anos do fim da ditadura fascista em Portugal, e com a intensificação da violência colonialista e imperialista, da brutalidade da crise climática e de crises sociais por todo o mundo. Cabe-nos garantir que é visível para a sociedade que estamos a viver uma guerra declarada pelos governos e empresas contra nós e contra o planeta. Cabe-nos mostrar que não só existe uma alternativa ao colapso civilizacional, mas também que é nossa a responsabilidade de lutarmos em conjunto contra esta guerra e por um mundo justo, com a vida no centro. 

 
Junta-te à resistência climática.