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Na rua como uma Brasileira - sobre ser uma mulher brasileira em Portugal
Published on March 8, 2022 by Rute Correia


Neste Dia Internacional da Mulher, a crónica de Alícia Medeiros sobre ser uma mulher brasileira em Portugal. 

Dia 8 de Março eu vou andar, como uma brasileira, ao lado de outras mulheres, locais e estrangeiras, mães, filhas, trabalhadoras, santas, virgens e putas, mulheres cis e trans, heterossexuais e ‘fufas’, ‘betas’ e ‘sheilas’, para que Portugal melhore em relação à igualdade de gênero política, econômica, social e cultural. Se isso não faz de mim uma “boa rapariga”, tudo bem também, pois não tenho mais problemas em ser brasileira.  ¯\_(ツ)_/¯

Não foi de propósito, admito, mas as estrelas alinharam-se para que Alícia Medeiros escrevesse a crónica deste mês, qual manifesto da condição das nossas irmãs imigrantes, tantas vezes discriminadas, sempre mais do que nós, relembrando que a opressão existe em camadas que se sobrepõem consoante os contextos, sem nunca deixarem de trazer violência.

Alícia Medeiros nasceu em Manaus, Brasil em 1988. Vive e trabalha em Porto, Portugal. É licenciada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e é Mestre em Arte e Design Para o Espaço Público pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Trabalha ao nível das mídias móveis e do caminhar como prática artística/performance desde 2010, intensificando o trabalho nesta área desde 2013. Atualmente está em vias de concluir o Doutoramento em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), onde investiga sobre como o caminhar no espaço público citadino se configura como prática artística sob o olhar feminino e como resistência à violência de gênero.

Este é o terceiro capítulo de uma coleção de peças criadas, a propósito do 200º aniversário da independência do Brasil, por pessoas brasileiras a viver em Portugal. Alícia Medeiros foi escreveu a convite Flavia Doria, uma das cronistas-curadoras que desafiámos para escrever e nomear outros autores, numa lógica de descentralização dos discursos e da ocupação dos lugares de fala. 


Feliz dia internacional da mulher.

Obrigada pelo teu apoio,
Rute Correia